1.9.11

Fernando Pessoa / R. Reis (Não sei se é amor que tens)






Não sei se é amor que tens, ou amor que finges,
O que me dás. Dás-mo. Tanto me basta.
          Já que o não sou por tempo,
          Seja eu jovem por erro.
Pouco os deuses nos dão, e o pouco é falso.
Porém, se o dão, falso que seja, a dádiva
          É verdadeira. Aceito,
          Cerro olhos: é bastante.
          Que mais quero?



Ricardo Reis

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