Com toda a sinceridade, Alexandra tinha muita pena, mas, pela parte que lhe tocava, não podia adiantar nada, nenhuma razão contra o gaulês.
Ouvira uns zunzuns na Alpha Linn por causa de umas publicidades que ele pretendeu meter no filme a ver se pegava, mas nada de grave, era o avião dos TAP focado como quem não quer a coisa, a marca da cerveja na mãozinha do bonitão, essas manigâncias do costume.
Manigâncias que também não aqueciam nem arrefeciam lá muito, pois nas artes do celulóide havia sempre quem escorresse uns dinheiros por fora.
Só que com a Alpha Linn não era fácil.
Para bom esclarecimento do mano Diogo e dos possíveis interessados, Alexandra informou que a Alpha Linn nunca ia em bandas sonoras nem em promessas de boca e que todos os pagamentos eram feitos contra o produto acabado e à vista do happy end.
Em face de tantas esquisitices o bom do François deve ter desanimado e muito provavelmente foi estender o tapete a outra porta.
Foi? Alexandra ignorava. (p. 203)
JOSÉ CARDOSO PIRES
Alexandra Alpha
(1987)
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