21.2.11

Alberto de Serpa (Recreio)





RECREIO



Na claridade da manhã primaveril,
Ao lado da brancura lavada da escola,
As crianças confraternizam com a alegria das aves...


A mão doce do vento afaga-lhes os cabelos,
E o sol abre-lhes rosas nas faces saudáveis
- Um sol discreto que se esconde às vezes entre nuvens brancas...


As meninas dançam de roda e cantam
As suas cantigas simples, de sentido obscuro e incerto,
Acompanhadas de gestos senhoris e graves.


Os rapazes correm sem tino e travam lutas,
Gritam entusiasmados o amor espontâneo à vida,
A vida que vai chegando despercebida e breve...


E a jovem mestra olha todos enlevadamente,
Com um sorriso misterioso nos lábios tristes...



Alberto de Serpa




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