17.2.11

Pablo Neruda (Inclinado nas tardes)






POEMA 7



Inclinado en las tardes tiro mis tristes redes
a tus ojos oceánicos.


Allí se estira y arde en la más alta hoguera
mi soledad que da vueltas los brazos como un náufrago.


Hago rojas señales sobre tus ojos ausentes
que olean como el mar a la orilla de un faro.


Sólo guardas tinieblas, hembra distante y mía,
de tu mirada emerge a veces la costa del espanto.


Inclinado en las tardes echo mis tristes redes
a ese mar que sacude tus ojos oceánicos.


Los pájaros nocturnos picotean las primeras estrellas
que centellean como mi alma cuando te amo.


Galopa la noche en su yegua sombría
desparramando espigas azules sobre el campo.



Pablo Neruda




Inclinado nas tardes lanço as minhas tristes redes
aos teus olhos oceânicos.


Ali se estira e arde na mais alta fogueira
a minha solidão que esbraceja como um náufrago.


Faço rubros sinais sobre os teus olhos ausentes
que ondeiam como o mar à beira dum farol.


Somente guardas trevas, fêmea distante e minha,
do teu olhar emerge às vezes o litoral do espanto.


Inclinado nas tardes deito as minhas tristes redes
a esse mar que sacode os teus olhos oceânicos.


Os pássaros nocturnos debicam as primeiras estrelas
que cintilam como a minha alma quando te amo.


Galopa a noite na sua égua sombria
derramando espigas azuis por sobre o campo.



(Trad. F.A.P.)

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