Se não era giro, mano, a lagoa?
Ah, a lagoa, claro.
Tinha reparado nos patos-bravos, com o papo verde brilhante?
Ah, sim, os patos.
Olhasse a seguir, com atenção, depois da curva.
Estava a ver?
Uma azinheira enorme, velhíssima, raríssima naquelas
paragens.
"Pois, Marta, a azinheira."
Ia dizendo que sim a tudo, fingindo partilhar o espanto:
cegonhas nos postes de electricidade, corvos a voejar com batimentos certos e mecânicos,
melros a debicar na borda da estrada, montados a perder de vista, extensões de
urzes e papoilas.
Belíssimo país!
Sim, sim, mana.
Sim, sim, mana.
MÁRIO DE CARVALHO
A Sala Magenta-V
(2008)
A Sala Magenta-V
(2008)
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