Por via do vento acode-me à ponta da memória uma das jaculatórias que se rezavam depois da salve-rainha do terço, já com o santo sono desse tempo, quem mo dera agora, chumbando de peso as capelas dos olhos.
Ouço-me do meu lado de fora encarreirando a cantilena até ao amém final, e nem sequer abro a boca, louvado seja.
Por fim e sem que possa pôr um pau na roda desarvorada da balbúrdia atmosférica, põe-se-me o tunante a sarnicar-me e a varrer-me de lés-a-lés, assobia-me nos cavilosos corredores e noutros compartimentos subitamente desertos.
CRISTÓVÃO DE AGUIAR
Nova Relação de Bordo
(2004)
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