DESEJAR SER – 12
Vi um prego do Século XIII, enterrado até o meio
numa parede de 3x4, branca, na XXIII Bienal de Artes
Plásticas de São Paulo, em 1994.
Meditei um pouco sobre o prego.
O que restou por decidir foi: se o objeto enferrujado
seria mesmo do Século XIII ou do XII?
Era um prego sozinho e indiscutível.
Podia ser um anúncio de solidão.
Prego é uma coisa indiscutível.
MANOEL DE BARROS
Compêndio para uso dos pássaros
(Poesia reunida 1937-2004)
Quasi Edições, 2007
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