Que fiz eu para merecer este destino murcho,
esta vida tépida, monótona, previsível?
Sem fogo de paixão, sem drama, os meus dias
arrastam-se na expectativa medíocre de que talvez amanhã aconteça alguma
coisa.
Amanhã.
Sempre amanhã.
E ao mesmo tempo agrilhoado à certeza de que nada acontecerá, porque me envolvo em seguranças, ponho travões, não dou passo que não seja calculado.
E ao mesmo tempo agrilhoado à certeza de que nada acontecerá, porque me envolvo em seguranças, ponho travões, não dou passo que não seja calculado.
J. RENTES DE CARVALHO
A Amante Holandesa
(2003)
A Amante Holandesa
(2003)
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