Numa pausa da trovoada, expectativa medonha e escuridão, estava eu a fechar as vidraças, senti uns braços que se agarravam a mim.
Era Adozinda.
Tremia como varas verdes e, fora de si, mas sem me largar, enfiou-se pela minha cama dentro, arrastando-me.
Puxou as mantas para a cabeça e enleiou-se-me ao corpo.
Trémula e transida, nunca a hera se enroscou assim a um tronco.
E a homem só serpentes.
AQUILINO RIBEIRO
Caminhos Errados
(Renunciação)
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