22.1.11

Dante Medina (Carta do vestido)






CARTA DEL VESTIDO




Señor,
mi amada quiere
que le compre un vestido.
¿Tú qué opinas?


Yo sé que se lo merece
(no es eso lo que te estoy preguntando)


Ni tampoco quiero consejo de ti
sobre asuntos de moda en los que Tú muy atrasado te quedaste


¿Para qué entonces te escribo?
¿No lo adivinas Tú que eres Dios y fabricas el futuro?


Oh Dios, es muy simple,
y hasta pena me da molestarte
con tan poca cosa
a Ti que tienes tantas guerras desatendidas en el mundo


Lo del vestido voy y lo compro y ya
lo compro como sea y nomás que parezca bonito
y ya ni te molesto con preguntarte
Tú que opinas de que compre un vestido


De lo que se trata es
de que no tengo amada


Y eso sí que quería preguntarte
-aunque empecé con la pregunta del vestido
que es la que viene luego, normalmente-
¿Cómo le hace uno para que lo amen?


De todos modos, te ruego me contestes
con algún consejo sobre el vestido
por si algún día me puede servir


No dejes, Dios, que pierda las esperanzas.



Dante Medina



[Apologia de la luz]





Senhor,
a minha amada quer
que lhe compre um vestido.
Tu que dizes?


Eu sei que o merece
(não é isso que pergunto)


Nem quero tão pouco conselho
sobre assuntos de moda em que tu ficaste lá muito para trás


Para que te escrevo então?
Não adivinhas tu que és Deus e fabricas o futuro?


Ó Deus, é muito simples,
e até me custa incomodar-te
por tão pouco
a ti que tantas guerras tens desatendidas neste mundo


Lá o vestido compro-o eu
como ele for desde que seja bonito
e já não te incomodo a perguntar
tu que dizes de eu comprar um vestido


Do que se trata é
que eu não tenho amada


Isto sim é que eu queria perguntar-te
– embora começasse com a pergunta do vestido
que normalmente viria depois –
Como é que se faz para que nos amem?


De todo o modo, rogo me respondas
com algum conselho sobre o vestido
que algum dia me pode servir


Não me deixes, meu Deus, perder as esperanças.



(Trad. A.M.)



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