23.4.16
Alexandre Pinheiro Torres (A palavra)
Que se há-de fazer?
O sofrimento é já indesligável da condição humana, e o homem não faz outra coisa senão acumular a dor em cima de outra dor.
Mutilamo-nos com palavras, ou, o que é pior, silêncio, como se acaso tivéssemos outras vidas para viver; fazemo-lo de máxima alegria arcabuzados, revanchismo, azinhavre, esquecidos que os nossos corpos amam em excesso a morte.
E mais infernizados que as plantas, animais, certas pedras que podem ser destruídas facilmente, uma flecha, um tiro, pólvora, uma armadilha, mas nunca só por apenas, descuidada, uma palavra. (n. 122)
ALEXANDRE PINHEIRO TORRES
Espingardas e Música Clássica
(1987)
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GRALHAS OU INCORRECÇÕES (*)
- O Homem como a natureza detestam (?) ser aniquilados n.6/30
- o que é ir muito além que (?) Ovídio na Arte de Amar n.16/42
- sem que antes de cair não (não sem que) mandasse dois tiros n.30/61
- o melhor é convencê-los... Se não (senão) ficamos de calças n.33/67
- não vais à missa dele, quanto (quando) mais não seja para n.37/72
- E os versos, quanto (quando) mais não fosse n.39/76
- Prefere-se... perder um amigo do que (a) uma ocasião para n.42/80
- decidir os destinos de Frariz, o mesmo que é (é que) dizer do mundo
n.46/86
- isso não tinha nada a haver (a ver) com ele n.87/150
- A verdadeira guerra é que agora (agora que) vai começar n.88/153
- Oh (ó) senhor subinspector/ Idem, que brincadeira é essa? n.96/174
- os homens receiam não serem (ser) suficientemente homens/
as mulheres têm medo de serem (ser)apenas consideradas mulheres
n.101/183
- duas mãos dadas, tão unidas, não haveria força, diríamos, que
agora as descolassem (descolasse) n.119/220
- porque se não (senão) daqui a cinquenta, cem anos... vão julgar
n.135/250
(*) Registadas na leitura, ed. Caminho, 2.ª edição (1995).
Umas serão opinativas, outras não, umas de revisão, outras talvez não.
Para cada uma, assinalado à esq. da barra o capítulo, à dir. a página.
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