(IV)
Passam os anos a caretear…
Com ou sem sorte,
não será tempo de viver, de amar,
de resistir à morte?
Com ou sem sorte,
não será tempo de viver, de amar,
de resistir à morte?
Ouve amor-o-eterno e o que ele diz
a quem se dá.
Não esperes pelo tempo: sê feliz
que a felicidade é já!
a quem se dá.
Não esperes pelo tempo: sê feliz
que a felicidade é já!
E a felicidade é esse rosto eleito
por ti,
é esse palmo de ternura e o jeito
com que sorri.
por ti,
é esse palmo de ternura e o jeito
com que sorri.
E a felicidade é a melancolia
que nesse rosto existe,
quando te quer dizer que só por ele
é bom estar triste…
que nesse rosto existe,
quando te quer dizer que só por ele
é bom estar triste…
Passem, então, os anos a deitar-nos
línguas de fora…
Se morrermos será de nos amarmos
em cada hora!
línguas de fora…
Se morrermos será de nos amarmos
em cada hora!
Mais um ano de esperança? Não o queiras
se a esperança é adiar,
e vive-o como se fosse a vida inteira
se tiveres de esperar!…
se a esperança é adiar,
e vive-o como se fosse a vida inteira
se tiveres de esperar!…
Alexandre O'Neill
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