3.8.14
Roberto Juarroz (Há poucas mortes inteiras)
(25)
Hay pocas muertes enteras.
Los cementerios están llenos de fraudes.
Las calles están llenas de fantasmas.
Hay pocas muertes enteras.
Pero el pájaro sabe en qué rama última se posa
y el árbol sabe dónde termina el pájaro.
Hay pocas muertes enteras.
La muerte es cada vez más insegura.
La muertes es una experiencia de la vida.
Y a veces se necesitan dos vidas
para poder completar una muerte.
Hay pocas muertes enteras.
Las campanas doblan siempre lo mismo.
Pero la realidad ya no ofrece garantías
y no basta vivir para morir.
Roberto Juarroz
Há poucas mortes inteiras.
Os cemitérios estão cheios de fraudes.
E as ruas de fantasmas.
Há poucas mortes inteiras.
Mas o pássaro sabe em que último ramo pousa
e a árvore sabe onde o pássaro termina.
Há poucas mortes inteiras.
A morte é cada vez mais insegura.
A morte é uma experiência da vida.
E às vezes duas vidas são precisas
para se completar uma morte.
Há poucas mortes inteiras.
Os sinos dobram sempre igual.
Mas a realidade já não dá garantias
e para morrer já nem basta viver.
(Trad. A.M.)
> Outra versão: Luz & sombra (Arnaldo Saraiva)
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