2.8.14
Batania (A morte)
LA MUERTE
Por tanto,
la locura sabe mi nombre
y los féretros fueron calumniados:
la muerte es un retiro,
la muerte es una gárgola,
la muerte es la alfombra y turba necesaria,
pero yo
entonces
pregunto
por qué al primer disparo me saltaron los dientes
de leche,
por qué mi padre está muerto
y a salvo
y siento míos sus gusanos,
por qué me siguen comiendo,
día a día,
cada minuto,
por qué esta noche
los trenes huyen como leopardos,
no os entiendo,
la gente se muere
y no os atrevéis a cortar las calles,
no quemáis los contenedores,
no lanzáis piedras contra ellos,
no escapáis de los antidisturbios,
os odio, me dais asco,
quisiera meteros un cactus en la boca
o que ardierais en una pira
con vuestras biblias de cobardes,
queréis acostumbrarme a la muerte
pero la muerte
no es ninguna maestra,
no es ningún telescopio,
la muerte no es un atlas,
no da sabiduría,
la muerte no da nada
más que miedo,
silencio,
soledad
y rabia.
BATANIA / NEORRABIOSO
La poesía ha vuelto y yo no tengo la culpa
Madrid (2014)
[Neorrabioso]
Portanto,
a morte sabe o meu nome
e os féretros foram caluniados:
a morte é um retiro,
uma gárgula
é o tapete e turfa necessária
mas então
eu pergunto
porque é que me saltaram
os dentes de leite
ao primeiro tiro,
porque é que está meu pai morto
e a salvo
e. eu sinto em mim seus bichos,
porque me comem,
dia a dia
em cada minuto,
por que raio esta noite
fogem os comboios como leopardos,
não entendo,
as pessoas morrem
e vós não cortais as ruas,
não queimais contentores,
não lhes atirais pedras,
não fugis da polícia,
odeio-vos, meteis-me nojo,
só queria meter-vos um cacto na boca
ou então queimar-vos na fogueira
com vossa bíblias de cobardes,
quereis acostumar-me à morte,
mas a morte
não é mestra nenhuma,
não é nenhum telescópio,
a morte não é um atlas,
a morte não dá nada,
só medo,
solidão,
silêncio
e raiva.
(Trad. A.M.)
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