17.4.13

Russell Edson (A morte da mosca)





THE DEATH OF A FLY



There was once a man who disguised himself as a housefly
and went about the neighbourhood depositing flyspecks.
Well, he has to do something hasn’t he? said someone to someone else.
Of course, said someone else back to someone.
Then what’s all the fuss? said someone to someone else.
Who’s fussing? I’m just saying that if he doesn’t get off
the wall of that building the police will have to shoot him off.
Oh that, of course, there’s nothing so engaging
as a dead fly.
I love dead flies, the way they remind me of individuals
who have met their fate.

Russell Edson



Era uma vez um homem que se disfarçou de mosca
e foi pela vizinhança a largar excrementos.
Ora, disse alguém a alguém, ele tem de fazer alguma coisa, não tem?
Claro, respondeu alguém a alguém.
Então, qual é o problema? disse alguém a alguém.
Mas quem é que está a discutir? Eu só estou a dizer
que ou ele sai daquela parede ou a polícia vai atirar-lhe.
Ah, é isso, já se vê, não há nada como uma mosca morta.
Eu cá adoro moscas mortas, pelo modo que me lembram
pessoas que acharam o seu destino.

(Trad. A.M.)

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