ESSE VIDRO
Janelas
rompem
na casa, uma
flor
no vestido,
esse vidro
nos olhos.
Janelas
sobre o que
vês,
apenas o
breve
relance de
uma face
perdida,
apenas
uma frase de
jardim
ou uma rosa
de julho.
Janelas
rompem
nos teus
olhos
e a roda do
vestido
ilumina esta
manhã.
Quando
apontas
sou eu que
venho
subindo as
escadas,
sou eu que
sinto
todas as
mãos
por esta
pele.
Aqui começa
a cor
das telhas,
o verde
musgo, a
orientação
das imagens.
Chegas
do lado mais
esperado
da cidade e
não
te encobre a
bruma
definindo a
linha
das janelas.
A que
hesito entre
o gesto
de mostrar a
face
que regressa
e adivinha.
No vidro dos
olhos
a flor do
vestido, nos
degraus o
súbito
desejo de
janelas
tapando a
morte.
Helder Moura Pereira
.