DEPOIS DO AMOR
às vezes, depois do amor,
quando feras dóceis rondam o nosso sono,
e afastam os passos dos teus amantes,
quando feras dóceis rondam o nosso sono,
e afastam os passos dos teus amantes,
às vezes, quando me encosto à nudez,
exausto, e tomo o peso às tuas palavras,
e fico sempre devedor,
exausto, e tomo o peso às tuas palavras,
e fico sempre devedor,
às vezes, quando me inventas um nome
para que a madrugada chegue
e eu não tenha de morrer nunca mais,
para que a madrugada chegue
e eu não tenha de morrer nunca mais,
às vezes, penso no deus que te perdeu,
beijo-o e choro, às escondidas,
por ele.
beijo-o e choro, às escondidas,
por ele.
João de Mancelos
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