27.8.13

María Sanz (Lucidamente triste)





LÚCIDAMENTE TRISTE



Marcada con el signo de las horas,
juiciosamente loca
dentro de una razón en cuarentena,
vienes a ser distinta
tras esos avatares que te arrastran.
Ningún minuto crece,
se transforma
tal vez como la idea sumergida
cuya derivación te da motivos
para sobrevivir entre dos aguas.
Liberada por todos los silencios,
lúcidamente triste
en medio de un destino por entregas,
vienes a ver tu sombra
tras esas claridades que no eclipsan.
Ningún instante fluye,
se dilata
quizá como el amor desposeído,
cuya verdad exige
cercarse y escapar al mismo tiempo.

María Sanz

[Poeta María Sanz]



Marcada com o signo das horas,
judiciosamente louca
dentro de uma razão de quarentena,
vens a ser diferente
com esses avatares que te arrastam.
Nenhum minuto cresce,
transforma-se
talvez como ideia submersa
cuja derivação te dá motivos
para sobreviver entre duas águas.
Liberada pelos silêncios,
lucidamente triste
a meio de um destino em prestações,
vens olhar a tua sombra
atrás de claridades que não eclipsam.
Nenhum instante corre,
dilata-se
quiçá como o amor despossuído,
cuja verdade exige
chegar-se e fugir ao mesmo tempo.

(Trad. A.M.)

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