30.8.13
Jenaro Talens (Algo vai acontecer)
ALGO VA A SUCEDER
La muerte es como el sueño,
parecida a ti:
no puede ser pensada.
Abro los ojos y amanece el día.
No hay obsesión impune, ni fantasmas
que la luz no devore
sin más imperio que su voluntad,
ni otro poder que el sol que nos despoja.
Cómo olvidar que fuimos lo innombrado,
lo que negaba oscuridad a un mundo
hecho, como tú y yo, de sueños rotos.
No, no duermas. El pájaro del alba
dice que ayer no existe. No hay memoria,
ni significa nada. Sólo, mira
esta pasión que nos acoge, que
ha estallado, de pronto, insobornable,
como las ganas de vivir.
Jenaro Talens
A morte é como um sonho,
parecida contigo,
não pode ser pensada.
Abro os olhos e o dia amanhece.
Não há obsessão impune, nem fantasmas
que a luz não devore
sem mais império que a sua vontade,
nem outro poder senão o sol que nos despoja.
Como olvidar que fomos o não nomeado,
o que negava escuridão a um mundo
feito de sonhos desfeitos, como tu e eu.
Não, não durmas. O pássaro da aurora
diz que ontem não existe. Não há memória,
nem significa nada. Apenas, vê,
esta paixão que nos cinge, que
explodiu, de repente, incontornável,
como a gana de viver.
(Trad. A.M.)
>> A media voz (32p) / Wikipedia
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