11.6.11

David González (White trash)





WHITE TRASH




No:

yo no escondo mis barreduras
en los suburbios de las alfombras
ni tampoco
como en la edad media
arrojo mis desperdicios a la calle
a través de una ventana abierta
ni tan siquiera echo mi basura
en una bolsa negra de plástico

y

la meto luego en el primer contenedor
que me encuentre por la calle.


No:

yo no hago nada de todo eso
yo la recojo con el HAZ de ramas
de la escoba de mi propia poesía

y

después
la escribo a mano
con mala letra
con muy mala letra

y

la reciclo con mi bolígrafo
sobre esta hoja de papel
inmaculada
mente
blanca.


David González





Não:

eu não escondo o que varro
por baixo dos tapetes
nem tão pouco
como na idade média
atiro meus desperdícios para a rua
através da janela aberta
nem sequer meto o lixo
num saco negro de plástico

e

o arrumo depois no primeiro contentor
que encontro pela rua.

Não:

eu não faço nada disso
eu apanho-o com a vassoura
da minha própria poesia

e

depois
escrevo-o à mão
com má letra
muito má letra

e

reciclo-o com esferográfica
nesta folha de papel
imaculada
mente
branca.


(Trad. A.M.)

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