Anche tu sei collina
e sentiero di sassi
e gioco nei canneti,
e conosci la vigna
che di notte tace.
Tu non dici parole.
C’è una terra che tace
e non e’ terra tua.
C’è un silenzio che dura
sulle piante e sui colli.
Ci son acque e campagne.
Sei un chiuso silenzio
che non cede, sei labbra
e occhi bui. Sei la vigna.
E’ una terra che attende
e non dice parola.
Sono passati giorni
sotto cieli ardenti.
Tu hai giocato alle nubi.
E’ una terra cattiva
la tua fronte lo sa.
Anche questo è la vigna.
Ritroverai le nubi
e il canneto, e le voci
come un’ombra di luna.
Ritroverai parole
oltre la vita breve
e notturna dei giochi,
oltre l’infanzia accesa.
Sarà dolce tacere.
Sei la terra e la vigna.
Un acceso silenzio
brucerà la campagna
come i falò la sera.
Cesare Pavese
Também tu és colina
e caminho de pedras
e brincadeira dos canaviais,
e conheces a vinha
que de noite se cala.
E tu não dizes palavra.
Há uma terra que se cala
e não é terra tua.
Há um silêncio que perdura
sobre plantas e montes.
Há levadas e cortinhas.
Tu és um cerrado silêncio
que não cede, és lábios
e olhos escuros, és a vinha.
É uma terra que espera
e não diz palavra.
Dias e dias são corridos
sob ardentes céus,
e tu a brincar com as nuvens.
É terra ruim, sabe-lo bem,
e também isto é a vinha.
Voltarás às nuvens,
ao canavial, às vozes
qual sombra de luar.
Voltarás às palavras,
para além da vida breve
e nocturna das brincadeiras,
para além da infância acesa.
Calares-te será fácil,
pois és a terra e és a vinha.
Um silêncio aceso
incendiará os campos
tal como as fogueiras incendeiam a noite.
(Trad. A.M.)
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