17.8.18

Mário de Carvalho (Ó Eduarda!)






(Ó Eduarda!)



Quer-me parecer que o leitor, neste ponto, ávido de conhecimentos sobre o futuro de Joel Strosse manifesta alguma impaciência, que lha vejo na cara.

A que vem, irrita-se, esta Eduarda Galvão?

Peço-lhe serenidade e que não despegue do texto.

A literatura é coisa muito séria, onde não entra o zapping.

Eduarda tem um destino a cumprir e eu arranjarei maneira de a integrar na história, nem que tenha de fazer sair um deus duma máquina.

Por agora, traço-a assim em pinceladas rápidas, de zarcão, despachadamente, não me atardo nos pormenores, prescindo das espessuras, não me distraio com as cores e as luzes e vou muito direito à finalidade.

Mas lá que Eduarda faz falta, faz.

Depois verão.




MÁRIO DE CARVALHO
Era bom que trocássemos umas ideias sobre o assunto
(1995)


.