AS ARMAS E AS LETRAS
Aqui onde me
vêem
contar a
minha experiência
sou um poeta
compro-
metido até
às sobrancelhas
na campanha
audaz
de melhorar
a terra.
E,
diligente, meto
─ com
vontade de luta ─
mãos à obra
no que
encontro ao pé.
A batalha
mais dura
trava-se-me
na cabeça,
e tenho que
esforçar-me
─ forçar-me ─ nesta
guerra
onde o que
perde, ganha
e o que
ganha se rende.
A luta é sem
quartel,
sem mortos,
sem violência,
sem
inimigos, sem
armas além
das letras…
Enrique
García-Máiquez
(Trad. J.M.Magalhães)