QUINTO
ELEMENTO
É boa terra
a palavra,
não precisa
de chuva
para a
semente vingar
e se ouvir
na nossa carne.
Água que nos
mata a sede
e tal como
um cão fiel nos
lambe as
feridas piedosamente.
Vozes que ao
ar pertencem
e fazem da
alma das coisas
matéria
respirável.
Fogueira sem
chama que se acende
na noite
como um relâmpago
a
alumiar-nos a derrota.
Poema,
perfeita síntese,
terra e água
e ar e fogo,
quinto
elemento misterioso
que nome a
nome, nessa química
verbal que
tudo transforma,
nos faz corpo
de seu corpo.
Pedro A. González Moreno
(Trad. A.M.)