25.3.18

Joaquín Giannuzi (Aniversário-II)






CUMPLEAÑOS



He cerrado la puerta de mi padre.
Finalmente lo supe, al amanecer
de este cumpleaños en que te sobrevivo.
Pero aún con la difícil respiración
al borde de la cama y sombrías
opciones por delante, puedo entender
que tú y todos los muertos han perdido
y que vivir es el único prestigio que cubre la tierra.
Entonces, todo lo que es está bien.
Por alguna razón me incorporo; jadeando,
vacío tu rostro hacia la pesada oscuridad
y tengo tu misma manera de torcer la boca
al paso de la puntada por el pecho anginoso.


Joaquín Giannuzi





Encostei a porta do meu pai.
E soube finalmente, no dealbar
deste aniversário em que te sobrevivo.
Mesmo respirando a custo, sentado
na beira da cama e com bem sombrias
opções pela frente, sou capaz de entender
aquilo que tu e os mortos todos perderam,
e que viver é o maior regalo que existe
à superfície da terra.
Por conseguinte, tudo o que é bem está.
Por alguma razão me endireito; a impar,
empurro o teu rosto para o escuro pesado
e tenho como tu o mesmo modo de torcer a cara,
picado pela pontada da angina do peito.


(Trad. A.M.)

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O poema já estava aqui: Aniversário
Mas nova tradução, ignorando a primeira por inadvertência, deu em novo resultado, diferente do anterior.

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