1.4.17
Carlos Edmundo de Ory (Na minha poesia não há sítios)
Na minha poesia não há sítios
Raramente há nomes ou
anos nostalgias tempos
passados pisados pontes
aquedutos ou ruas
Na minha poesia não há anais
nem tão-pouco tramas ou temas
nem bandeiras nem oficinas
Na minha poesia não há público
nem sermões nem discursos
nem passam comboios e não há
lua na minha poesia nem países
Na minha poesia não há finais
para entreter ou sonhar
com palavras cadavéricas
Na minha poesia há fulgor
Carlos Edmundo de Ory
[O melhor amigo]
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