HOJE, POR EXEMPLO
A vida começa um dia qualquer.
Tanto dá que chova ou o vento
arraste a folharada no caminho.
Quando a destruição parece inevitável
e a alma se rende
no último reduto,
quando a morte ronda
sem tapar a cara,
um simples gesto
mesmo involuntário
dá uma volta ao rumo da noite,
tempera a dor, assume-a e dá-lhe sentido,
e abre uma fenda na treva
por onde entra o ar, renovado.
Depende de nós o passo seguinte.
Entender os sinais. Iniciar a viagem.
ALFREDO BUXÁN
La transparencia
Cadernos de Néboa-3
(2012)
(Trad. A.M.)
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