17.6.15

José Cardoso Pires (Salazar-1)





Momento, porém.

Em relação ao Salazar, o amigo faquir punha reservas.

Oficialmente, sim: oficialmente, o doutor dinossauro estava morto, enterrado e com lutos nacionais.

Era facto assente.

Veio nos jornais estrangeiros e o país até já tinha um novo governante que subirá ao poder por contestação, como dizem uns, ou por testamento, como dizem outros.

No entanto, nada de precipitações, na opinião mais íntima e confidencial do faquir, o Salazar continuava vivo e era ele quem ditava as leis num quarto secreto de hospital, rodeado dos mesmos pides e dos mesmos dragões de igreja que o tinham acompanhado até à morte diplomática. (p.167)



JOSÉ CARDOSO PIRES
Alexandra Alpha
(1987)

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