CALOR
O sol a prumo sobre a praça parada...
As janelas têm as portadas fechadas à quentura.
Dentro das casas a vida está suspensa.
À sombra abafada de uma árvore,
um cão vagabundo dormita estendido,
e garotos brincam pacíficos e silenciosos.
Detrás dos balcões das casas comerciais,
os caixeiros bocejam e enxotam as moscas,
enquanto os patrões lêem os jornais e bocejam,
passando os lenços pelas frontes suadas.
Na torre da igreja, o relógio atrasado
dá uma hora vaga que ninguém espera...
A água cai do chafariz inútil...
Alberto de Serpa
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