FIN DE FIESTA
Al fin solos, vida. Terminó la
fiesta
y no queda nadie que pueda
obligarnos
a forzar sonrisas, ni a inventar
molestas
mentiras piadosas. Todos se han
marchado.
Vete desnudando sin miedo.
Conozco
las viejas arrugas de tu triste
carne.
Las he acariciado. Sé lo que tu
rostro
oculta debajo de ese maquillaje.
Al fin solos, vida. La casa en
silencio
y tú y yo desnudos, callados y
ausentes
—juntos por rutina, más que por
deseo—
como dos
amantes cansados de verse.
Javier
Salvago
Enfim sós, vida. Terminou a festa
e não resta ninguém que possa obrigar-nos
a forçar sorrisos, ou a inventar incómodas
mentiras piedosas. Todos se foram.
e não resta ninguém que possa obrigar-nos
a forçar sorrisos, ou a inventar incómodas
mentiras piedosas. Todos se foram.
Vai-te desnudando sem medo. Conheço
as velhas rugas de tua carne triste.
Acariciei-as. Sei o que teu rosto
oculta por baixo da maquilhagem.
as velhas rugas de tua carne triste.
Acariciei-as. Sei o que teu rosto
oculta por baixo da maquilhagem.
Enfim sós, vida. A casa em silêncio
e tu e eu nus, calados e ausentes,
- juntos por rotina, mais que por desejo -
como dois amantes cansados de se verem.
e tu e eu nus, calados e ausentes,
- juntos por rotina, mais que por desejo -
como dois amantes cansados de se verem.
(Trad. A.M.)
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