PIRILAMPOS-I
Em noites muito quentes de Verão,
passeando em direcção à serra
em busca de frescura,
víamos nos buracos das paredes
aquelas mansamente incandescentes
criaturas em forma de brasa: os pirilampos.
passeando em direcção à serra
em busca de frescura,
víamos nos buracos das paredes
aquelas mansamente incandescentes
criaturas em forma de brasa: os pirilampos.
(O povo, contudo, que não tem
papas na língua e gosta de chamar
às coisas pelo nome que tem mais à mão,
com licença do leitor, dizia luze-cus,
aludindo à tranquila combustão interior
que lhes põe a luzir no extremo do abdómen
– ou seja, no cu – uma lanterna.)
papas na língua e gosta de chamar
às coisas pelo nome que tem mais à mão,
com licença do leitor, dizia luze-cus,
aludindo à tranquila combustão interior
que lhes põe a luzir no extremo do abdómen
– ou seja, no cu – uma lanterna.)
A.M.PIRES CABRAL
Gaveta do Fundo
(2013)