SI MIS VERSOS HABLARAN
Si mis versos hablaran
dirían que las chimeneas mienten,
que la lluvia te escribe en los tejados
largas cartas de amor y de odio,
que tus amantes tienen algo mío,
que en cada nube viaja un telegrama,
que sus letras se cuelan por tus labios
cuando los dices,
dirían que les digas lo que dices
de ellos por la espalda,
que no pueden hablar mientras trabajan;
dirían que hace frío para andar
tan lejos de la cama.
(Yo, en cambio, sigo fiel a la palabra
que te di, y no te digo nada)
Raúl Nieto de la Torre
Se meus versos falassem,
diriam que as chaminés mentem,
que a chuva te escreve no telhado
longas cartas de amor e ódio,
que teus amantes têm algo de meu,
que um telegrama viaja em cada nuvem
e suas letras se coam por teus lábios
quando os dizes;
diriam que, digas tu deles
o que disseres pelas costas,
eles não podem falar enquanto trabalham;
diriam que está muito frio
para andar tão longe da cama.
diriam que as chaminés mentem,
que a chuva te escreve no telhado
longas cartas de amor e ódio,
que teus amantes têm algo de meu,
que um telegrama viaja em cada nuvem
e suas letras se coam por teus lábios
quando os dizes;
diriam que, digas tu deles
o que disseres pelas costas,
eles não podem falar enquanto trabalham;
diriam que está muito frio
para andar tão longe da cama.
(Eu, por mim, continuo fiel à palavra
dada, e não te digo nada)
dada, e não te digo nada)
(Trad. A.M.)
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