3.5.16
António Osório (Um sentido)
UM SENTIDO
Porque há um sentido
no lírio, incensar-se;
e no choupo, erguer-se;
e na urze arborescente,
ampliar-se;
e no cobre, primeira cura
que dou à vinha,
procriar-se.
E outro, pressago,
sentido há na memória,
explodir-se. E outro, imensurável,
no amor, entregar-se.
E outro, definitivo,
na morte, render-se.
ANTÓNIO OSÓRIO
Casa das Sementes
- Poesia Escolhida
Assírio e Alvim (2006)
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