11.5.16
Antonia Pozzi (Amor da lonjura)
AMORE DI LONTANNANZA
Ricordo che, quand’ero nella casa
della mia mamma, in mezzo alla pianura,
avevo una finestra che guardava
sui prati; in fondo, l’argine boscoso
nascondeva il Ticino e, ancor più in fondo,
c’era una striscia scura di colline.
Io allora non avevo visto il mare
che una sol volta, ma ne conservavo
un’aspra nostalgia da innamorata.
Verso sera fissavo l’orizzonte;
socchiudevo un po’ gli occhi; accarezzavo
i contorni e i colori tra le ciglia:
e la striscia dei colli si spianava,
tremula, azzurra: a me pareva il mare
e mi piaceva più del mare vero.
Antonia Pozzi
Lembro-me que, quando estava em casa
da minha mãe, no meio da planície,
havia uma janela que olhava
para os campos; ao fundo, a linha do bosque
ocultava o Ticino e, mais ao longe,
havia uma tira escura de colinas.
Eu não vira o mar então senão
uma vez, mas tinha-lhe uma áspera
saudade de enamorada.
Para a noite, fitava o horizonte,
cerrava um pouco os olhos, afagava
as cores e contornos por entre os cílios.
E a linha do relevo aplainava-se,
azul, trémula – para mim era o mar
e agradava-me mais que o mar verdadeiro.
(Trad. A.M.)
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