La lenta máquina del desamor,
los engranajes del reflujo,
los cuerpos que abandonan las almohadas,
las sábanas, los besos,
y de pie ante el espejo interrogándose
cada uno a sí mismo,
ya no mirándose entre ellos,
ya no desnudos para el otro,
ya no te amo,
mi amor.
Julio Cortázar
A lenta máquina do desamor,
os mecanismos do refluxo,
os corpos que deixam as almofadas,
os lençóis, os beijos,
e de pé frente ao espelho interrogando-se
cada um a si mesmo,
já não olhando-se entre eles,
já não despidos um para o outro,
já não te amo,
meu amor.
(Trad. A.M.)
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