28.1.12

Roque Dalton (Tua companhia)






TU COMPAÑÍA



Cuando anochece y tibia
una forma de paz se me acerca,
es tu recuerdo pan de siembra, hilo místico,
con que mis manos quietas
son previsoras para mi corazón.
Diríase: para el ciego lejano
¿qué más dará la espuma, el polvo?


Pero es tu soledad la que puebla mis noches,
quien no me deja solo, a punto de morir.


Somos de tal manera multitud silenciosa...


Roque Dalton



[Desde el alcantilado]





Quando anoitece e morna
me chega uma espécie de paz,
tua lembrança é pão de semente, fio místico,
com que minhas mãos quietas
me resguardam o coração.


Podia dizer-se, para o cego distante
que mais faz a espuma, a poeira?


Mas é a saudade que me povoa as noites,
não me deixa só, quase a morrer.


Somos assim multidão silente...


(Trad. A.M.)

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