Pelo braço de estrada fora rompiam ranchos em algazarra, bestas rinchonas caracolando e maltas de varapaus leva que leva.
Lá adiante, no morrer da baixa, o melhor duma aldeia, harmónio fungando, cores a berrar, avançava em animado passo de dança.
Sozinhos, chegados um ao outro, lá passavam dois casadinhos de fresco; bem se lhes via nos olhos muito mexidos o regalo de se mostrar.
Tropicavam azeméis com velhos de capote e chapéu braguês para a nuca, e éguas de albarda com matronas de lenço de seda, peito coberto de oiro e tamanquinha de Viseu no bico do pé.
Para aguentar o passo, outras mulheres tinham tirado as chinelas e com elas na mão, a par do sombreiro, ou à cabeça sobre o xaile, desunhavam-se todas tep, tep.
E lá seguia tudo a catrapós, no frenesi de meter com sol à festa que o mês de Agosto c’os seus santos ao pescoço não tinha melhor que a Senhora da Lapa, a rica Senhora da Lapinha.
- AQUILINO RIBEIRO,
Terras do Demo, 2.ª parte, V.
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