são agora tão frágeis, os nomes
das raparigas que, em tempos,
eram a estrela e o milagre.
elegias a deus nenhum,
santuários de amor abandonados,
no sangue seco do tempo.
reduziram-se a meros acidentes,
no silêncio perfeito
que a memória deita a meu lado.
e, porém, esses nomes ardem
ainda no país longínquo da noite
e, sílaba a sílaba, queimam o meu sono.
JOÃO DE MANCELOS
A Sombra de um Homem Só
- Poemas seleccionados
Lisboa (Colibri), 2022