9.9.23

Jaime Sabines (Aquela é a sua janela)




Esa es su ventana.
Allí la espera el tiempo.
Tras el cristal su rostro
invisible, en silencio.
Me mira, ciega y dulce,
con los ojos abiertos.
La noche está a mi lado,
su ventana está lejos.
Alguien la busca a veces
vestida de negro,
joven madre del luto,
flor del viento.
Sus manos rezan
sobre su pecho.
Y ella, niña, me mira
con sus ojos viejos.
Y yo la busco
dulce, muerto.

Jaime Sabines

[Trianarts

 

Aquela é a sua janela,
ali mesmo a espera o tempo.
Por trás da vidraça seu rosto
invisível, em silêncio.
Olha para mim, cega e doce,
com os olhos abertos.
A noite está a meu lado,
a janela está longe.
Alguém a procura às vezes
vestida de negro,
mãe jovem do luto,
rosa do vento.
Suas mãos rezam,
postas no peito.
E ela, menina, olha para mim
com seus olhos velhos.
E eu a busco
doce, já morto.


(Trad. A.M.)