16.12.22

Karmelo C. Iribarren (Estrela)




ESTRELA

 

Diz que lhe ofereci uma estrela,
um sábado à noite, no porto,
quando começámos a sair.
Eu não me lembro de nada,
vá-se lá saber, ao fim destes anos
todos. Mas, vendo bem,
até que pode ser. Vinte anos,
doido perdido de amores,
sem um tostão no bolso,
vais-lhes oferecer o quê?

Karmelo C. Iribarren (*)

(Trad. A.M.)

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(*) Explico-me. Karmelo pôs um poema no FB em 11.11.2013, que eu partilhei no mesmo dia, com tradução. Mas ainda nesse dia desapareceram, quer o poema, quer a partilha…
Daí que o refizesse de memória – em tradução, claro – no dia seguinte, legando-o ao destino e à posteridade, com erro (quem sabe?) de duas ou três palavras, incluindo no título...

P.S.

Uns meses após, o poema volta e reaparece aqui:

ROMANTICISMO 

Dice que le regalé una estrella,
dice que fue en el puerto,
una noche de domingo,
cuando empezábamos a salir.
Yo no recuerdo nada, la verdad,
hace media vida de eso. Pero,
vete tú a saber. Bien mirado, puede
que hasta sea cierto: veinte años,
tonto perdido de amor,
y sin un duro en el bolsillo...
Qué otra cosa le vas a regalar. 

Karmelo C. Iribarren

[No supiste]

 .