O PINHÃO
Lá em baixo,
na curva do rio,
vazadouro e fornalha, está o Pinhão.
Belo! belo!
– dirá o turista.
E o burocrata: progressivo.
Mas o Pinhão
não é nada disso,
é mais do que isso, não é nada
do que
mostram os documentários de cinema
ou qualquer ‘Life’ comercial.
Pinhão!,
capital do suor, os teus caminhos
são pedaços de sangue coagulado.
ANTÓNIO CABRAL
Poemas Durienses
(1963)