14.11.22

António Ferreira (Floresça, fale, cante)




(…)

Floresça, fale, cante, oiça-se e viva
a portuguesa língua, e já onde for,
senhora vá de si, soberba e altiva!

Se até aqui esteve baixa e sem louvor,
culpa é dos que a mal exercitaram,
esquecimento nosso, e desamor! 

Mas tu farás que os que mal julgaram
e ainda as estranhas línguas mais desejam,
confessem cedo, ante ela, quanto erraram.

E os que depois de nós vierem, vejam
quanto se trabalhou por seu proveito,
porque eles para os outros assim sejam.

(…)

António Ferreira

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