AS RAPARIGAS DA
ALDEIA
Tenho sonhado às vezes
com as coradas raparigas da aldeia
trazem um leve cheiro à palha
e preenchem-me a necessidade
de mamas abundantes.
Convidam-me
mesmo quando olham para o chão
Tenho a impressão
de que fodem como animais antigos:
na lentidão de enormes carapaças
num fragor de pedras
cravando espinhos ao rebolar
Preferem a luz turva
do fim do dia
retornam ao povoado discretas
na companhia dos bois
e um botão a menos na blusa
Gosto das raparigas da aldeia.
Aos domingos de manhã
varrem o lar e dão lustro às panelas
de tarde andam em ranchos
dão gritinhos, fogem para o mato
Quem me dera pôr-me nelas!
João Habitualmente