1.3.22

Juan L. Ortiz (Para quê o vinho)




¿PARA QUÉ EL VINO, amigos míos,
si allí la luna, en las aguas, ebria, se despliega? 

Id a la orilla y sed de ella, dulcemente enajenada
en su propio vals antíguo
de velos de silencio que se igualan al fin, tenues, a la arena… 

Sed de ella que ya el eucaliptus está en ella, más pálido.
Y acaso, acaso, un momento perdidos, amigos míos,
os encontraréis de la mano, luego, en el centro de la danza profunda,
figuras intercambiables e increíblemente ligeras, al cabo, de la danza… 

¿Para qué el vino, entonces, si así seríais más ligeros?


Juan L. Ortiz

 

Para quê o vinho, amigos meus,
se a lua, além, se despenha ébria nas águas?

Ide até à borda e sede dela, alheia docemente
em sua própria dança,
com seus véus de silêncio que, de ténues, se igualam à areia…

Sede dela, que mesmo o eucalipto está nela, mais pálido.
E talvez, talvez, um momento perdidos, amigos meus,
encontreis pela mão, a seguir, no centro do baile,
figuras precárias e incrivelmente ligeiras, no fim da dança…

Para quê o vinho, então, se assim sereis mais ligeiros?


(Trad. A.M.)


>>  Estado da Arte (anto) / Vallejo and Co. (11p) / Wikipedia / Facebook

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