UM ADEUS PORTUGUÊS- N.º 15 1. Esquece, esquece, melhor esquecer. Tu não estás bem, quer-me parecer. Não estás bem, emocionalmente, nem estás bem, intelectualmente... 2. Emocionalmente, porque estás instável, ora à frente ora atrás, à esq. hoje amanhã à dir., ontem sim hoje não. Ziguezagueante, incerta, duvidosa, in-fiável. Será pelo teu divórcio? Não percebi bem qd foi, nem como foi, litigioso ou não... Foi horrível, sim, pelo pior motivo. Pode perdoar-se tudo, não o cinismo materialista, a cegueira do património, do vil metal... Mas, foste enganada? Eu acho, brutamente, que foste burra. Burra na escolha ('foste tu que o escolheste', dizia a minha sogra...) e burra porque não viste o que tinhas de ter visto (não me venhas dizer, como pretendes, que aquela marca não era originária, que a ganância veio com a idade)... 3. Mas, intelectualmente, parece-me evidente, também não estás nada bem. Não é só a tua acrimónia e desconforto visível com qq discurso mesmo que básico, desde que minimamente estruturado, logo repelido e rejeitado como intelectual, complexo, pretencioso. É também, é principalmente, a tua manifesta incapacidade para compreender as mensagens mais simples e elementares, também elas postergadas por desconfiança, por receio, por dúvida ('mas o que quer este dizer', 'onde quer chegar', 'qual é a intenção'?...). Caso de antologia foi o de eu enviar três mensagens sucessivas (cada uma delas clarinha como quê!...) e tu não entenderes patavina, ou seja, entenderes o contrário do que eu te dizia, mesmo a segunda e à terceira correcção. A ponto, posso jurar, de que nenhum diálogo chegou ao fim, ficou sempre pelo caminho, no caldeirão da incompreensão e do mal-entendido. 4. Santo deus, tudo isto é novo para mim (mas não devia...). Afinal, eu estava enganado contigo, não agora, mas há uns anos! Como foi possível? Mas, se eu me enganei com a Ana, a Lena, a Lu, a Julieta, e antes de todas com a Estrela (tenho desculpa, com esta, tinha dez anos...), porque não me havia de enganar com a Arnestina, contigo? Nem me apetece dizer mais nada, com franqueza. E não digo. Mesmo não tendo falado do 'défice cognitivo' (deixo o termo, apenas, pode ser que melhores e entendas, um dia). Fico por aqui. E fico muito bem. .