28.12.14
Rogelio Buendía (Solidão)
SOLEDAD
Uno.
Por todas partes que miro sólo veo
el número uno.
El número uno fatídico:
I árbol
I pájaro
I hombre
El sol, solo en su soledad,
la luna, una en su unidad,
y yo, como un miembro amputado
me desangro sobre la mesa del café
como en un quirófano.
Y mis ojos llenos de luz lejana,
y mis manos extendidas
miran instintivamente hacia el Sur.
-¡Oh, aquella canción!,
I árbol
I pájaro,
I flor
Pero entre los ojos vivos de los dos
dos.
Rogelio Buendía
Um.
Para onde quer que me vire
vejo só o número um,
um homem
um pássaro
uma árvore.
O sol, só em sua solidão,
a lua, uma em sua unidade,
e eu, como um membro amputado
esvaio-me em sangue à mesa do café
como na mesa de operações.
E meus olhos rasos de uma luz distante,
de mãos estendidas,
olhando o Sul instintivamente.
- Oh, aquela canção,
uma árvore
um pássaro
uma flor
Mas entre os olhos vivos dos dois
dois.
(Trad. A.M.)
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