Cada texto possui o seu natural movimento interior.
Há uma escrita que corresponde ao ritmo brusco, obsessivo, repetitivo, suspenso, recorrente, problemático, descontínuo da investigação que ela mesma, escrita, é – e da realidade que cria.
Certas obsessões (até vocabulares) iluminam-se durante a realização de um texto.
A escrever é que se aprende o que somos.
Referências a objectos, situações, movimentos, aparecem como imagens ou metáforas de experiências muito antigas, como elementos da composição interior, portanto: do mundo, da vida.
- HERBERTO HELDER,
Photomaton & vox (Em volta de), 2006.
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