6.8.11

Adolfo Casais Monteiro (Balanço)






BALANÇO





Afinal, toda a minha poesia era verdade...
A noite é infindável, e os dias
são a mesma vastidão de carne apodrecida
morrendo sem saber de que morria.
Os rios são os mesmos, ou as ruas,
que só levam lá de onde não saí.
O silêncio é sempre a única resposta.

Se não pedi, que haviam de me dar?


Adolfo Casais Monteiro


[Poemas da lusofonia]


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