8.6.10

Federico Díaz-Granados (Soam campainhas)








SUENAN TIMBRES





Golpean, llaman.
Suenan timbres en la casa.
Alguien busca algo a horas imprevistas.
Serán de la oficina postal
o los mormones
ofreciendo Biblias en promoción.
Algún extranjero despistado
o el mendigo que viene a diario por su ración de pan.
Será la vecina gorda que quiere hablar sobre la carestía
o su esposo el prestamista a cobrar los intereses en mora.
Quizá el plomero
o la gitana a pronosticar malos días,
extrañas pestes y fuertes infecciones.
Quién golpeará a esta hora inoportuna?
No es el amor,
no es el hijo, ni mi padre.
Seguro será la muerte y el ropavejero
que vienen por mi cuerpo con su derrota
o el casero a desalojar,
que es lo mismo.



Federico Díaz-Granados







Batem, chamam.
Soam campainhas em casa.
Alguém busca algo a hora imprevista.
Serão dos correios
ou mórmones
oferecendo Bíblias em promoção.
Algum estrangeiro despistado
ou o mendigo que vem diariamente por sua ração de pão.
Será a vizinha gorda a querer falar da carestia
ou o marido o usurário a cobrar os juros em mora.
Talvez o canalizador
ou a cigana augurando maus dias,
estranhas pestes e grandes infecções.
Quem baterá a esta hora importuna?
Não é o amor,
não é o filho, nem meu pai.
É de certeza a morte e o homem da roupa velha
que vêm buscar o meu corpo derrotado
ou o dono da casa a pôr-me fora,
que é o mesmo.


(Trad. A.M.)

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