23.8.09

Julio Cortázar (Flor e cronópio)









(Flor e cronópio)





Um cronópio topa com uma flor solitária no meio dos campos.

Primeiro vai para arrancá-la, depois pensa que é uma crueldade inútil e põe-se-lhe à beira, de joelhos, brincando alegremente com a flor, a saber: acaricia-lhe as pétalas, sopra-lhe para dançar, zumbe como as abelhas, cheira-lhe o perfume e deita-se por fim por baixo da flor, adormecendo envolto numa grande paz.

A flor pensa: “É como uma flor”.



- JULIO CORTÁZAR, Historias de cronopios y de famas (1962).


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